Descrição
Estigor: O que é, como funciona e os riscos do seu uso no fisiculturismo
O Estigor é um produto de uso veterinário, criado inicialmente para aumentar a massa muscular de bovinos, mas que acabou atraindo a atenção de pessoas em busca de hipertrofia na prática de fisiculturismo. Composto por substâncias anabólicas como a nandrolona — um derivado sintético da testosterona — o produto foi proibido no Brasil desde 2011, após serem detectados vestígios na carne destinada ao consumo humano. A seguir, entenda por que o Estigor é alvo de polêmica, seus efeitos no corpo e os riscos para a saúde humana.
O que é Estigor e por que é usado?
O Estigor é um medicamento de uso veterinário, fabricado na Argentina, voltado para melhorar o ganho de peso em bovinos. Seus componentes ajudam a elevar a produção de proteínas musculares no gado, acelerando assim o crescimento e o aumento de massa. Porém, praticantes de musculação, em busca de resultados rápidos de hipertrofia, passaram a aplicar o Estigor de maneira indevida, na esperança de efeitos análogos aos anabolizantes humanos.
Por que é proibido no Brasil?
- Detecção de resíduos na carne: A presença de hormônios anabólicos em animais destinados ao abate representa um risco para o consumidor final.
- Saúde pública: Estudos indicaram possíveis repercussões no organismo humano, levando o governo brasileiro a vetar (proibir) o produto em 2011.
- Uso abusivo no fisiculturismo: Sem registro oficial, torna-se impossível controlar dosagens e qualidade, o que pode causar efeitos graves.
Como o Estigor (nandrolona) age no organismo?
Um dos princípios ativos do Estigor é a nandrolona, substância anabólica esteróide derivada da testosterona. No corpo, ela:
- Eleva a síntese de proteínas: Aumentando o tamanho das fibras musculares.
- Promove retenção hídrica: Parte do “aumento de volume” observado pode ser decorrente de acúmulo de líquidos.
- Afeta o equilíbrio hormonal: O uso abusivo interfere no eixo hormonal (hipotálamo-hipófise-gônadas), podendo causar desequilíbrios e efeitos adversos.
Por que alguns fisiculturistas recorrem a ele?
- Resultados rápidos: Promessa de ganho de massa acelerado.
- Custo: Alguns tentam comprar Estigor “original” a “preço” mais acessível que anabolizantes de uso humano, muitas vezes “sem receita”.
- Falta de informação: Há quem subestime riscos e confie em relatos de colegas de academia.
Riscos e efeitos colaterais
Embora a nandrolona seja usada em alguns contextos médicos (com supervisão rigorosa), o Estigor não foi formulado para consumo humano. Seu uso acarreta sérios riscos:
- Alterações hormonais graves: Desregulação do eixo HPT (Hipotálamo-Pituitária-Testículos).
- Feminilização em homens: Pela conversão em estrógeno, podendo levar a ginecomastia (desenvolvimento de tecido mamário).
- Masculinização em mulheres: Aumento de pelos no corpo, engrossamento da voz, irregularidade menstrual.
- Danos hepáticos: Sobrecarrega o fígado, podendo causar hepatite ou insuficiência hepática.
- Efeitos cardiovasculares: Elevação da pressão arterial, alterações no perfil lipídico, arritmias e riscos de infarto.
- Queda de cabelo e acne: Alterações na pele e nos folículos capilares.
- Problemas psicológicos: Aumento de irritabilidade, agressividade (chamada “roid rage”), quadros de ansiedade e depressão.
Perigo de contaminação
Por ser um produto veterinário e clandestino para uso em humanos, o controle de qualidade é inexistente. Há risco de contaminação, substâncias adulteradas ou concentração errônea de princípios ativos.
Legislação e consequências legais
- Proibição no Brasil: O Estigor está vetado para comercialização e uso desde 2011.
- Crime de contrabando: Aqueles que importam e vendem sem licença podem responder legalmente.
- Doping: Em competições esportivas, o uso de anabolizantes veterinários é classificado como infração grave, levando a suspensões e banimentos.
Alternativas seguras à utilização de anabolizantes veterinários
- Treino e dieta supervisionada: A musculação estruturada com acompanhamento profissional e plano alimentar individualizado é o método mais seguro.
- Reposição hormonal legítima: Se for o caso de baixa testosterona, há terapias controladas por médicos endocrinologistas.
- Suplementos confiáveis: Opções como whey protein, creatina e aminoácidos, sempre verificados em órgãos de fiscalização, são mais adequadas que procurar “atalhos” ilegais.
- Acompanhamento psicológico: Transtornos de imagem, depressão e ansiedade podem motivar a busca por soluções rápidas. Tratar o problema na raiz é essencial.
Conclusão
O Estigor, por conter nandrolona e outros compostos anabólicos, não é seguro para o consumo humano e está proibido no Brasil. Apesar de prometer ganhos rápidos de massa muscular, seu uso envolve inúmeros riscos: danos hormonais, lesões no fígado, problemas cardiovasculares e psicológicos. Além disso, a compra “sem receita” ou importação ilegal de anabolizantes veterinários coloca a saúde do usuário em perigo e incorre em sanções legais.
Para quem deseja ganhos musculares consistentes e duradouros, há métodos seguros: treinamento bem estruturado, nutrição de qualidade, descanso adequado e, se necessário, acompanhamento médico. Qualquer “atalho” envolvendo esteróides proibidos (veterinários ou não) tende a oferecer prejuízos sérios ao organismo e pode comprometer irreversivelmente a saúde.
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